sexta-feira, 10 de abril de 2009

29º Dia - Nostalgia e Descontração.

Hoje, os relatos começam antes do início da ordem unida. Ao adentrarmos os CESUC, notamos que a parte onde fica a minha sala estava fechada e com 2 cachorros da raça Pit-Bull soltos lá. Começou aí um bate-boa como iríamos entrar lá e quem deveríamos chamar para poder prender os bichos, etc. E os dois cachorros ficavam ali na porta latindo e rosnando sem parar para qualquer um que chegasse perto. Neste momento, se aproximou um dos intrutores e começou a mexer com os cães, os bichos ficaram doidos, parecendo que iam derrubar a porta para poder atacar o intrutor. O instrutor, calmamente, retirou um spray de pimenta do cinto tático e deu uma borrifada entre a tela da porta no focinho dos cães. Resultado, os cães saíram correndo e não se aproximaram mais da porta, por mais que se fizesse barulho ou os provocasse.

O instrutor saiu de perto da gente e disse: “Ninguém viu nada, ok?”. Claro que todos os presentes concordaram, não com a atitude em si, mas com o fato do ocorrido permanecer em segredo.

Durante a ordem unida, recebemos de volta o orientador-geral que havia retornado ao seu estado de origem e demos adeus ao seu fraco substituto com suas falhas na voz, após o seu último sermão.

A primeira aula do dia foi teórica. Aprendemos como preencher um Auto de Infração e algumas de suas peculiaridades. Durante a instrução, rolou pela sala os convites de formatura das turmas PRF de 2006.1A e 2006.1B que haviam se formado no CTSUL. Lendo as mensagens nos convites, me dei conta que a minha própria formatura não está tão longe assim. Um sentimento nostálgico me dominou e lembrei de vários momentos nos últimos anos nos quais abdiquei de muitas coisas da minha vida para poder estar aqui no CFP. Foram incontáveis horas de estudo, de ansiedade e esforço; sendo que não havia ainda sido terminada a incrível jornada para poder virar um PRF, mas que não tardaria para ocorrer o seu desfecho.

Durante a instrução em si, ainda aconteceu uma coisa, um dos alunos que sentam na parte da frente pediu para que alguém ligasse a luz, sendo imediatamente criticado pelos colegas do canto da preguiça. Então, este aluno foi e abriu a persiana da sala, o Paladino foi e fechou a mesma afirmando que a luz atrapalharia a torada dos colegas, e, este impasse, ficou no ar por algum tempo. No final, a persiana ficou parcialmente aberta.

A segunda intrução do dia doi a de abordagem, dividimos a turma e nos deslocamos nos micoônibus até o quartel do exército onde sempre ocorre a instrução. Chegando lá, a galera do meu micro-ônibus ficou encarregada de pegar as motocicletas para que começasse a aula. Treinamos como abordar indivíduos suspeitos em motocicletas, desembarcando das viaturas que permaneciam estacionadas lógicamente. Eram somente 3 viaturas para o treino de 39 alunos. O tempo foi bastante escasso para que todos pudessem treinar adequadamente. Segundo os instrutores, serão disponibilizadas mais oficinas para que treinemos por mais tempo para que conseguissemos adquirir a tal memória muscular.

Durante as demonstrações das técnicas de abordagem, relembramos as técnicas de como algemar uma pessoa. Em um dado momento, o intrutor pediu para uma das colegas, a menor e mais frágil delas, realizar a técnica de torção e algemá-lo. Na hora em que a colega executou o movimento, o instrutor, que tinha um porte físico considerável, deu um gemido de dor bem alto. Óbvio que toda a turma caiu na gargalhada, inclusive os outros 3 instrutores.

Finalmente, presenciei um fato que já havia sido relatado por alguns colegas de curso, o puxassaquismo de um dos colegas para com os instrutores. A galera toda se reuniu para poder tirar uma foto na frente de uma viatura F-10 e esse colega do nada falou para um dos instrutores: “Senhor... senhor... por favor, senhor... Nos dê a honra!!!” Vejam bem, não que eu não quisesse que o instrutor viesse e saísse na foto, mas foi uma atitude completamente desnecessária e até ridícula por parte do colega. O colega não escapou da zoação da turma que caiu na pele dele até dizer chega. Confesso que fui eu quem puxou a zoeira e fui quem mais zuou, mas fazer o quê. Fora a pagação, a instrução foi bem dinâmica e envolvente. Acredito que a cada instrução de abordagem, as turmas se sentem cada vez mais policiais.

Findada a instrução, retornamos ao CESUC e os comentários sobre a lotação, remoção e o certame nacional que virá, tomaram corpo no micro-ônibus.

No intervalo da hora do almoço as zuações continuaram ocorrendo. Um dos colegas foi “presenteado” com um empanado de frango na pasta com o seu material e outro teve suas unhas pintadas com corretivo, enquanto dormiam no chão da sala de aula.

A primeira instrução da parte da tarde foi a de legislação de trânsito. Nesta, aprendemos quais os documentos de porte obrigatório. Sinceramente, me surpreendi quando o instrutor afirmou que haviam mais de 100 documentos de porte obrigatório.

A segunda aula da parte da tarde foi a de educação física. Graças a Deus foi uma aula diferente das anteriores, entramos no ônibus e no micro-ônibus e fomos até o parque da cidade o “Mãe Bonifácia”. No parque, os instrutores falaram que seria uma instrução de relaxamento, que caminharíamos em grupos de 4 indivíduos pelo parque. Caso quisessemos também poderíamos fazer o percurso correndo. Foi muito bom e este momento de descontração, ficamos passeando olhando a natureza do parque e conversando sobre o que o futuro nos aguardava durante todo o tempo que nos foi dado.

Na volta ao CESUC, a galera do meu micro-ônibus puxou uma cantoria de umas músicas sertanejas muito antigas, tipo “boate azul” e “fuscão preto”. Fiquei completamente deslocado, pois não conheço a letra de nenhuma dessas músicas . Não faz nem um pouco parte do meu gênero musical, mas gostaria de ter acompanhado a galera por causa da zuação.

Já no CESUC, tomamos um baita esporro, pois um dos colegas da turma bravo “abordou” uma transeunte no parque. Sendo que os intrutores tinham avisado que não era para falarmos com ninguém enquanto estivéssemos no parque.

O instrutor deu como exemplo o colega da minha turma, o Abre Ala, que, pelo que pude entender, ajudou um menino no parque de alguma maneira. O instrutor falou durante o sermão que não deveríamos ser APENAS honestos, tínhamos que PARECER honestos. FO positivo pra você, Abre Ala. A atitude foi só sua, mas repercutiu em toda a turma.

Ao que parece, não haverá mais este tipo de instrução descontraída e em locais abertos ao público em geral. Muito obrigado colega Tigre da turma Bravo pelo presente a todos os alunos do CFP...

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