Hoje, durante a ordem unida, ficamos sabendo por intermédio do orientador-geral, que um aluno da turma Charlie havia desistido do CFP. E, depois, perguntou quem estava feliz por estar participando do curso. Após alguns segundos, todos os alunos das 4 turmas levantaram os braços. Após averiguar a resposta dos alunos, o orientador começou a discursar afirmando que não tínhamos motivos para estarmos desanimados, nem tristes, pois tínhamos a saúde perfeita e que tínhamos que aguentar a pressão do curso. Afinal, segundo ele, a vida após o término do curso e com o ingresso na PRF tudo seria muito mais estressante, desafiador, etc. E que não possuíamos idéia do que nos esperava na pista.
Detalhe, durante os comandos para as turmas, o orientador-geral deu outra vacilada na voz. Só que desta vez foi no comando de sentido. Sendo mais ou menos assim: "ATENÇÃO!!!", "CURSO..."; "SEN...tido!" Não preciso nem falar que não teve um aluno que não riu da situação. Claro que todos tentando conter o riso, embora, na maioria dos casos, em vão.
Após a ordem unida, a minha turma se dividiu e adentrou os 2 microônibus para irmos ao ginásio para nossa última aula de defesa policial antes da avalização na semana que vêm.
Durante o deslocamento, o assunto era o mesmo em todo o microônibus e acredito que o mesmo tenha ocorrido em todas as turmas: o sermão do orientador-geral e a sua nova falhada com a voz esganiçada. Após algumas zuações com o problema do orientador, alguém no fundo do ônibus surgiu com a "canção do guerreiro feliz": "Todo mundo tá feliz!!! tá feliz!!! Todo mundo quer abordar!! Quer abordar!!!" A canção continuou até o ginásio arrancando mais gargalhadas da galera.
Na aula de defesa policial em si, aprendemos como escapar de alguns estrangulamentos. Alguns com princípios do Judo e outros com técnicas variadas do aikido. Praticamos bastante as técnicas demonstradas. Só fiquei com pena do colega que praticou comigo, pois ele é um dos mais baixos da turma e eu sou um dos mais pesados do curso. O coitado sofreu muito ao executar as técnicas de projeção. Durante as práticas fiquei auxiliando alguns colegas que nunca haviam tido contato com artes marciais anteriormente, tentando explicar e demonstrar a correta execução dos movimentos.
Acabada a instrução, voltamos ao CESUC, para a 2ª instrução do dia "armas longas". Já no CESUC, a aula começou de maneira diferenciada. Primeiramente, colocamos os cintos táticos e pegamos as pistolas, colocando-as nos coldres. Depois, pegamos as armas longas e ficamos em formação.
A turma fora dividida em 3, ficando cada parte com um dos três instrutores da disciplina. Durante as práticas, fomos alternando os grupos pelos intrutores. Aprendemos e praticamos como fazer a troca de armas longas para as armas curtas, com a bandoleira de 2 e de 3 pontos e, também, sem o uso da bandoleira. Praticamos inúmeras vezes parados e em progressão a frente.
Ao final da intrução dei uma vacilada. Eu estava com uma das calibre 12 mais antigas e um dos instrutores mandou a gente abrí-las. Fiquei muito atrapalhado para conseguir, pois estou mais acostumado com umas calibre 12 mais novas e mais leves, que operam de maneira diferente. Vendo a minha dificuldade, um colega que foi xerife da minha turma me disse: "Aperta o gatilho." Como estava nervoso, fui no automático e sem pensar apertei o gatilho. Cristo, porquê fui fazer isso??? Fui severamente repreendido pelo instrutor qeu me mandou eu pagar dez apoios para compensar o vacilo. Fui dar a arma para um colega segurar para poder fazer as flexões de braço e o instrutor me disse para eu pagar as flexões com a arma na mão. Neste momento, parei e travei pensando: "Como diabos vou fazer isso???". Um colega atrás de mim me deu a dica, demonstrando como fazer. Era só eu deixar a cal. 12 apoiada nas costas das mãos. Imediatamente, fui ao chão para fazer as flexões. O colega que me deu o conselho de pressionar o gatilho afirmou que pagaria as flexões comigo, pois ele que havia dado o bizu errado. Nisso, um outro colega foi para o chão, depois outro, depois mais outro, quando fui dar conta, toda a parte da turma que estava ali com aquele instrutor estava no chão me acompanhando. Comecei comandando: "Em baixo... em cima!!!", sendo prontamente respondido pelo resto da turma que faziam a contagem das flexões. Foi muito legal ver mais um momento de união da turma em torno de um único indivíduo, no caso eu...
Um detalhe interessante, durante parte da instrução, fomos até uma parte do CESUC que normalmente não temos acesso. Da parte externa, dava para visualizar por algumas janelas várias camas beliche, sendo essas todas numeradas. Vi que uma tinha a numeração 145/146. Deduzi que essas camas vinham do CTCO em Aquidauana para que ficassemos alojados no próprio CESUC. Só não faço a menor idéia do porquê que o departamento não disponibilizou o alojamento para os alunos.
Acabada essa instrução, tivemos 2 aulas completamente teóricas em sala. Sem quaisquer novidades de nenhuma espécie, ocorrendo, inclusive, as rotineiras toradas da turma. A única coisa de incomum que ocorreu, foram as acomodações rochosas que ocorreram ao meu lado. Não é brinquedo não fera, toma um plasil antes da aula e manera no feijão no almoço.
A última instrução do dia foi a de armas curtas. Foi basicamente uma revisão do que treinamos na terça-feira. O instrutor falou que a aula deveria ser sobre panes na pistola e como solucioná-las, porém a nossa turma estava muito ruim nos procedimentos. E, desta forma, ele achava que não estávamos prontos para ir ao estande de tiro.
Após as instruções, durante a ordem unida, o orientador-geral falou que seria disponibilizada uma oficina no final do dia e no próximo sábado para que treinássemos e fossem sanadas as dúvidas de como montar e desmontar as armas curtas e longas , e alguns procedimentos de manuseio.
Nesta aula a parte, treinei basicamente como montar e desmontar a pistola e a carabina. Realizei esse exercício umas 10 vezes para cada arma, sendo de pronto auxiliado pelos intrutores que se encontravam no local. Foi excelente, muita gente ficou após o término das instruções para a oficina.
Quando eu estava desmontando uma das carabinas, ouvi o instrutor Fiel falando para uma das alunas: “Você tem que vencer essa timidez e tals... Repete comigo: INSTRUTOR VOCÊ É UMA PAU NO CÚ!!!” A colega se recusou a repetir. Ele afirmou que era pra ela falar de verdade, que não haveriam sanções. Disse: “Vai. Repete: INTRUTOR VOCÊ É UM MERDA!!!”. Novamente, a colega se recusou veementemente a repetir. Afirmando que não poderia fazê-lo, que era uma falta de respeito e tal. Como sou muito altruísta me ofereci a fazê-lo no lugar dela. O instrutor e a colega cairam na gargalhada. Daí o instrutor pegoui o xerife da semana o Pombo. Pediu a mesma coisa, afirmando que não haveriam retaliações da parte dele. O que o colega disse foi: “INSTRUTOR FIEL O SENHOR É MUITO... ahhhh... ehhhh... legal...” Ninguém aguentou, todo mundo que ouviu caiu na gargalhada novamente. Acredito que esses momentos de descontração sejam muito importantes para retirar um pouco das tensões das avaliações que ocorrerão na semana seguinte.
No final da oficina, fui com 2 colegas levar as carabinas para a sala em que elas ficam guardadas. Lá um instrutor mostrou pra gente várias caixas com armas de paint-ball. Acho que as simulações que virão no futuro serão muito divertidas. Conforme as aulas teóricas vão acabando, o curso fica a cada dia mais interessante.
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