Hoje, durante a ordem unida, fomos
orientados a fazer um aquecimento e alongamento para nos prepararmos
para a nossa avaliação de técnicas de defesa policial. Sendo que
só metade da turma fez a prova hoje, e a outra metade foi ao
ginásio fazer a limpeza do local, vestidos com o uniforme de ed.
Física. A nossa atual xerife foi a primeira a fazer a prova e os
demais iam em ordem numérica. Após a prova, não deveríamos voltar
para a sala-de-aula, e, sim para uma sala vazia no primeiro andar.
Fui vendo os colegas irem fazer a prova um por vez, até a hora que
chegou a minha vez. Os instrutores gritavam com você para te
pressionar e te colocar o mais nervoso possível, sendo que uns dos
instrutores havia dito para a turma que o teste só começaria a
valer após fosse feito o primeiro rolamento.
O instrutor com máscara de eski me
segurou pelo kimono dizendo que era somente a voz da minha
consciência e gritava perguntando enquanto me sacudia: “Você quer
viver ou morrer?!?!?; Você não deveria estar aqui!!!!; Você quer
mesmo ser polícia???” Respondi a todas as perguntas e tal e recebi
como resposta: “Péssima escolha aluno!!!” Enquanto, era
sacudido, não podíamos reagir de qualquer forma. Toda fez que era
sacudido, tentava segurar nos punhos do instrutor para evitar as
sacudidas, sendo veementemente censurado por isso várias vezes.
Após o primeiro rolamento veio a
primeira agressão. Um dos instrutores veio e me deu um chute
lateral, como sou pesado, sabia que não daria tempo de desviar e
bloqueei o chute com uma das pernas e não sofri nenhuma lesão.
Realizei, na sequência, o segundo rolamento e um dos instrutores
veio e ficou gritando na minha frente. Não consegui entender o quê
ele queria, até que o instrutor da máscara de eski veio por trás e
me deu uma gravata. Consegui desequelibrá-lo e derrubá-lo pra trás
caindo por cima dele. Fiz o terceiro rolamento, o instrutor veio com
as mãos esticadas como se fosse me dar um empurrão e fiz uma torção
no punho dele que sabia de quando fazia aikidô e este foi ao chão.
Finalizada a avaliação, os instrutores disseram que fui muito ruim
e que poderia repetí-la na mesma hora se quisesse. Disse que tudo
bem, faria de novo sem problemas. Os instrutores mandaram eu pagar 10
flexões de braço e na sequência me mandaram embora, dizendo que
tinha acabado. Bom, finalmente acabada a prova, a única lesão que
tive foi no meu pescoço que ficou um pouco dolorido pelas sacudidas
que o instrutor com máscara de eski deu em mim, antes do início da
prova.
Vários colegas que comentaram comigo
sobre a prova, saíram reclamando dos chutes que encaixavam no plexo
ou no abdomem.
Após todos os alunos terem feito a
prova, fizemos um relaxamento com o orientador-pedagógico. Acredito
que fora uma pequena aula de Yoga. Fora falado sobre a energia dos
seres vivos e das coisas e tal. No final, chegamos, inclusive a fazer
massagens uns nos outros... Sem preconceito, mas por coincidência, o
orientador era gaúcho...
A instrução que seria a terceira do
dia, foi novamente sobre a inteligência do DPRF. Fiquei atualizando
este diário até que surgiu o papo de salário, nível superior,
novo concurso e remoções. Fiquei sabendo que o concurso nacional
para 750 vagas foi autorizado ontem, e que a lotação para este
concurso será de no máximo para abril de 2010. Que ilusão meu
Deus...
Os últimos dois tempos tivemos a
instrução de socorrismo. Nela vimos os procedimentos corretos
técnicos para podermos retirar vítimas de veículos acidentados,
preservando a sua integridade física. São 3 procedimentos distintos
que podem ser utilizados dependendo da condição física das vítimas
e/ou do local do acidente. Durante a instrução fui repreendido 3
vezes por dormir em sala-de-aula, sendo que todas as vezes eu estava
acordado. Não entendi absolutamente nada, será que o instrutor não
foi com a minha cara?
Ainda durante a instrução fomos para
a quadra coberta praticar as técnicas de socorrismo que visualizamos
em sala. Na prática, pude notar o quão complicado é se retirar uma
pessoa de um carro e que se o veículo for alto é pior ainda. O
treinamento fora realizado em viaturas caracterizadas da PRF. Para
conseguir retirar uma pessoa de um veículo sem balançá-la ou mexer
sua cabeça é praticamente impossível. Espero que com a prática eu
possa melhorar na execução destas técnicas e poder retirar a
vítima de dentro do veículo sem aumentar ainda mais suas lesões.
Após a aula, os instrutores deram
apenas 5 minutos para nos arrumar e sair do vestiário. Claro que não
deu tempo e um dos instrutores deu uma borrifada generosa no ar com o
gás de pimenta dentro do vestiário e ficaram segurando a porta para
evitar que alguém saísse. Pude notar que os efeitos são bem mais
brandos do que o gás CS, a única alteração que me proporcionou é
uma grande vontade de espirrar. Outros alunos ficaram quase morrendo
dentro do vestiário. Sinceridade, não era pra tanto ou sou meio
imune ao gás de pimenta.
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